O envelhecimento na Região aumentou entre 2013 e 2017. A percentagem de idosos a viverem com outros idosos é a mais elevada do país (49%).

 

comparativamente a 2013, a Região Autónoma da Madeira registou em 2017 mais 2 745 idosos (pessoas com 65 ou mais anos), mantendo-se, assim, a tendência de envelhecimento demográfico.

 

Os números estão disponibilizados online pela Direção Regional de Estatística da Madeira (DREM) e reforçam os objetivos do Dia Internacional da Terceira idade, que hoje se assinala, assentes nas consequências do aumento crescente da população idosa ao nível da situação económica e social.

 

De acordo com este estudo estatístico, a população residente na RAM em 2017 era de 254 368 habitantes, dos quais 41.656 idosos. A queda da natalidade, o aumento da longevidade (a esperança de vida em Portugal está estimada em 80,78 anos) e os saldos migratórios negativos ou nulos são as razões apontadas para o envelhecimento da população madeirense, em linha com o que se passa no resto do país.

 

SÃO VICENTE TEM MAIS IDOSOS

 

Na RAM, adianta a mesma fonte, a percentagem de idosos corresponde a 16,4% da população residente e a proporção de jovens continuou a diminuir em 2017, representando 13,9% da população total.

 

Fazendo a análise dos dados percentuais, a DREM destaca São Vicente como o município com maior percentagem de idosos (25,9%) e Santana com a menor percentagem de jovens (10,2%).

 

“Em 2017, todos os municípios da RAM sem exceção apresentaram um decréscimo da proporção de jovens. O aumento da proporção de idosos é praticamente transversal a todos os municípios, à exceção do município da Calheta, que viu este indicador diminuir ligeiramente (de 22,5% em 2016 para 22,2% em 2017).

 

Em são Vicente e Ponta do Sol esta proporção mantém-se inalterada entre 2016 e 2017 (25.9% e 16,7%, respetivamente)”, salienta a DREM.

 

PERSPETIVAS DE AUMENTO

 

O mesmo estudo conclui que entre 2013 e 2017, o índice de envelhecimento da população residente na RAM “cresceu, passando de 95 em 2013 para 118 em 2017 por cada 100 jovens. Até 2028, estes valores poderão crescer para 307 idosos por cada 100 jo- vens, de acordo com os resultados obtidos no cenário central das últimas projeções da população residente (de 2015-2028, divulgadas em março de 2017).”

 

Segundo dados do Instituto Nacional de estatística, em Portugal, a população residente com mais de 65 ou mais anos passará de 2,1 para 2,8 milhões de pessoas, entre 2015 e 2080.

 

Dados estatísticos, baseados nos Censos de 2011, revelam que o número de pessoas idosas vivendo sós aumentou 29%, no país, na última década, e o número de idosos a viver exclusivamente com outros idosos registou crescimento idêntico (28%). Este fenómeno ocorreu em todo o país, mas foi na RAM que se registou um maior crescimento (49%).

 

254.368 HABITANTES RESIDENTES NA RAM EM 2017, SEGUNDO A DREM.

 

41.656 IDOSOS RESIDENTES NA RAM EM 2017, SEGUNDO A DREM

 

2,8M POPULAÇÃO IDOSA NO PAÍS EM 2080.

 

 

Apoio domiciliário reforçado

 

Dia Internacional da Terceira Idade que hoje se assinala, tem por objetivo chamar a atenção para a situação económica e social da população idosa e para o facto de que as pessoas idosas são as que passam mais tempo sozinhas.

 

Vivem em carência económica e isolados dos seus familiares, alguns em lares de terceira idade outros em casa, sozinhos ou com outros familiares idosos.

 

Com base nesta realidade, a Secretaria Regional da Inclusão e dos Assuntos Sociais, através do Instituto de Segurança Social, tem vindo a desenvolver um conjunto de respostas de apoio à população idosa que, no caso da Madeira, vive em muitos casos isolada entre serras, becos e veredas de difícil acesso.

 

O reforço do apoio domiciliário foi uma dessas medidas, chegando hoje a 3.477 idosos. O alargamento do sistema de alerta integrado aos idosos que vivem sós e a valorização e qualificação da ação dos cuidadores informais, são outras iniciativas, sendo que hoje são já apoiados 301 cuidadores.

 

Existem ainda outros tipos de apoios, através do fornecimento de refeições ao domicílio, serviço de lavandaria, o Complemento Solidário para Idosos, que beneficia 3.186 idosos, e bancos de ajudas técnicas. Cinco Estruturas Residenciais para Idosos e 14 Centros de Dia e de Convívio, mantidas através da valiosa cooperação com as IPSS, ajudam a reforçar as respostas e permitem chegar a ainda mais pessoas.

 

O Plano Regional de Envelhecimento Ativo 2016-2019, atualmente com 91,2% de implementação, é outra aposta que tem como missão a promoção de uma dinâmica de envolvimento e participação transgeracional na construção do processo de envelhecimento ativo.

 

Esperança de vida na RAM é de 78,18 anos

 

A esperança de vida à nascença da população portuguesa foi estimada, em média, em 80,78

 

 anos, segundo revelou o INE, em finais de setembro, sendo na Madeira de 78,18 anos.

 

A esperança de vida, no triénio 2015-2017, continuou a ser superior para as mulheres (83,41 anos), mas a diferença para os homens (77,74 anos) tem vindo a diminuir, sendo agora de 5,67 anos (face a 6,02 em 2008-2010), adiantam as “Tábuas de Mortalidade em Portugal 2015-2017.

 

As maiores diferenças de longevidade entre homens e mulheres observaram-se, segundo o INE, nas Regiões Autónomas da Madeira e dos Açores e as menores na Área Metropolitana de Lisboa e no Norte.

 

De acordo com os dados, a esperança de vida à nascença registou ganhos em todas as regiões entre 2008-2010 e 2015-2017, tendo o maior aumento sido verificado na Madeira, onde passou de 76,13 anos para 78,18 anos, o que significa que as pessoas podem esperar, à nascença, viver, em média, mais 2,05 anos do que em 2008-2010.

 

As maiores diferenças de longevidade entre homens e mulheres no período 2015-2017 registaram-se na Madeira e nos Açores, onde as mulheres podiam esperar viver em média, respetivamente, mais 7,18 e 7,1 anos do que os homens, enquanto na Área Metropolitana de Lisboa e no Norte se observaram as menores diferenças entre os dois sexos (5,47 e 5,53 anos, respetivamente).

 

As maiores diferenças de longevidade aos 65 anos entre homens e mulheres registaram-se na Madeira e nos Açores, onde as mulheres podem esperar viver em média, respetivamente, mais 4,28 anos e mais 3,92 anos do que os homens.

 

In “JM-Madeira”