Há 10 anos que a data de 26 de setembro é considerada o Dia Mundial da Contraceção.

 

A presidente da Sociedade Portuguesa de Contraceção, Teresa Bombas, avança que se pretende “verificar as diferenças que existem mesmo ao nível europeu” porque, apesar de existirem “políticas concertadas, há assimetrias”.

 

A Organização Mundial de Saúde (OMS) tem um plano de ação para 2020, no qual se pretende “falar da saúde sexual e reprodutiva em todos os grupos etários, melhorar as condições de atendimento e de rastreio do cancro do colo do útero e da mama e fazer um acompanhamento à gravidez e parto em condições adequadas”, explicou a ginecologista.

 

Estes princípios devem ser depois preconizados em Portugal. Teresa Bombas pormenoriza que as sociedades científicas “são complementares às entidades oficiais porque garantimos a formação e atualização dos profissionais de saúde. A OMS propõe às entidades oficiais que se unam com outros parceiros para que se possa otimizar os planos para os cuidados de saúde”.

 

Portugal com todos os métodos contracetivos disponíveis

 

São variados os métodos contractivos disponíveis no mercado e, em Portugal, existem todos. Teresa Bombas esclarece que “a população portuguesa está entre os países da Europa com mais utilizadores de contraceção e de métodos modernos de contraceção. O método que utilizamos mais é a pilula, 58% da população segundo o último estudo das práticas contracetivas, feito pela Sociedade Portuguesa de Contraceção e Sociedade Portuguesa de Ginecologia”.

 

A pílula decresceu um pouco como contracetivo escolhidos pelas mulheres, que podem utilizar outros como anel vaginal e dispositivos intrauterinos – DUI (dispositivo de cobre) e SIU (dispositivo hormonal).

 

Há mitos que prevalecem

 

Os dias mundiais serve também para tirar dúvidas e esclarecer mitos. Um dos mais frequentes nesta questão é que o uso continuado de contraceção tem impacto na sua fertilidade. “Não é verdade, todos os métodos são reversíveis. A fertilidade retoma-se quando o método é interrompido”, esclarece Teresa Bombas, que é também médica do serviço de obstetrícia A do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra.

 

Também não há perigo acrescido de doença vascular periférica, ou seja, mulheres que tenham tendência para esta patologia não terão um agravamento poderão apenas ter mais sintomas da mesma. “O método não condiciona o aparecimento de doenças, o que acontece é que há pessoas com tendência para o surgimento de varizes cuja sintomatologia pode ser agravada pelo uso de pilula”, conclui a mesma responsável.

 

In “Jornal Económico”