Comportamento aditivo dá o mote para Convenção organizada por Casa de Saúde

 

A exposição ao stress, ainda no útero materno, poderá influenciar o risco de dependências, nomeadamente de álcool e outras substâncias. Esta é uma das ideias que estará em destaque, até hoje, na II Convenção de Comportamentos Aditivos e de Dependências da Madeira, organizada pela Casa de Saúde São João de Deus.

 

Os nossos hábitos, enquanto mulheres e futuras mães são determinantes para o desenvolvimento do cérebro”, explicou Manuela Grazina, investigadora da Universidade de Coimbra. A docente foi a primeira oradora desta conferência e abordou as mudanças que o cérebro sofre à medida que o indivíduo envelhece.

 

Manuela Grazina ressalvou que, de acordo com os estudos que tem desenvolvido, a única liberdade de cada indivíduo é a possibilidade de escolher se experimenta ou não determinada substância. A partir daí, as consequências para o cérebro são tão fortes que vão afectar a capacidade de discernimento, levando a que seja mais fácil contrair a dependência.

 

As primeiras experiências relacionadas com as dependências acontecem, na maioria das vezes, ainda na adolescência.

 

Além disso, a investigadora afirma ainda que as “fábricas de energia” do corpo são deficitárias nos toxicodependentes, muito provavelmente devido às consequências do seu comportamento aditivo, que danifica as células.

 

Por seu lado, Luís Filipe Fernandes, director clínico da Casa de Saúde São João de Deus, ressalvou a importância de se falar sobre os comportamentos aditivos e dependências para ajudar os profissionais das áreas de saúde mental nos seus trabalhos com os dependentes, mas também para alertar a comunidade para estes riscos e consequências.

 

O médico afirmou que se têm vindo a verificar alguns progressos nas investigações sobre a temática, sendo que a sociedade também está mais alerta para os problemas relacionados com a saúde mental.

 

Luís Filipe Fernandes fez questão de ressalvar que existem diferenças entre homens e mulheres, principalmente no que diz respeito à forma como as substâncias actuam em casa indivíduo.

 

Esta convenção, que se realiza de dois em dois anos, prolonga-se até ao final do dia de hoje, sendo que as drogas sintéticas e o álcool vão estar em destaque. Um dos principais públicos-alvo destas intervenções são os futuros profissionais de saúde que irão lidar de perto com indivíduos com dependências.

Andreia Dias Ferro

 

Fonte: Diário de Notícias