Os indivíduos nascidos em 1971 têm uma taxa de vacinação de 70%, o que significa que 30% da população desta faixa etária não está vacinada contra o tétano. E «é fundamental» ter esta vacina em dia.

 

No geral, a cobertura vacinal da Madeira, no âmbito do Plano Nacional de Vacinação, é claramente positiva, com médias superiores aos 95%.

 

No entanto, uma vacina que tem sido descurada por parte da população adulta nascida no início da década de 70 é a do tétano, que causa uma infeção grave caracterizada por espasmos musculares nas pessoas que contraem a doença. De acordo com os dados do IASAÚDE, datados de 28 de março deste ano, sobre a “Vacinação para a Vida”, na vacinação do adulto (maiores de 18 anos e menores de 65 anos), que analisa as coortes (grupos) de nascimentos entre 1971 a 1998, é revelado que os indivíduos nascidos em 1971 têm uma taxa de vacinação de 70%, o que significa que 30% da população desta faixa etária não está vacinada contra o tétano ou não cumpriu os reforços necessários. Nos grupos nascidos a partir de 1989, a taxa de vacinação vai aumentando, de 80% para a cobertura acima dos 95% nos nascidos em 1998.

 

Numa análise já à vacinação do idoso (maiores de 65 anos), também se verifica que, na vacina contra o tétano, «os comportamentos de vacinação referente aos nascidos em 1951 é de 75,5 por cento, o que é até excelente, numa comparação às médias nacionais e internacionais».

 

Segundo a vice-presidente do IASAÚDE, Ana Clara Silva, «é fundamental ter a vacina do tétano em dia», embora na Madeira, no País e até ao nível internacional, a cobertura se situa entre os 60% e os 75%.

 

Por isso, e apesar de cerca de 30% não estar vacinada, na análise aos dados da vacinação do adulto, «importa destacar que o facto de a coorte de 1971 para a tétano estar nos 70%, representa uma grande conquista, porque, a partir dos 18 anos e a partir da meiaidade, há uma grande tendência para descurar a vacinação. Temos cá um bom auspício de que o adulto na vida ativa tem uma boa cobertura vacinal».

 

Ana Clara Silva explicou que «estão normalmente em risco de contrair o tétano pessoas que mexem em alfaias agrícolas, que estão em contacto com excrementos de animais, que trabalhem com pregos ou materiais sujos ou enferrujados, por exemplo, que possam estar contaminados». A bactéria “clostridium tetani” está normalmente presente no solo, nos objetos ao ar livre, nas plantas, por exemplo, o que significa que há algum risco de contágio, numa situação de ferimento, caso não se esteja vacinado. «É fundamental que todas as pessoas estejam vacinadas contra o tétano», reafirmou.

 

No “dashboard” da “Vacinação. para a Vida”, saliente-se que, na vacinação da criança (até aos 18 anos), a cobertura vacinal na Região, nas coortes de nascimentos em avaliação entre 1999 e 2015, está com uma média acima dos 95%. Aqui, incluem-se vacinas contra a contra a poliomielite, a difteria, o tétano, BCG, entre outras. Segundo o quadro, as vacinas anti-sarampo, papeira e rubéola, a vacina anti hepatite B e a vacina da Meningite, com as mesmas coortes em avaliação (de 1999 a 2015), estão também acima dos 95% de cobertura.

 

Já na vacinação da mulher, a vacina HPV, que previne contra o cancro do colo do útero, tem tido boa aceitação das raparigas. Esta vacina integrou o plano de vacinas em 2008, na Madeira, com a coorte nos nascimentos até dezembro de 1995. Depois, foram abrangidas as coortes de vacinação entre 1992 a 1998, com taxas de 86,9% a 93,6%, respetivamente.

 

População em geral adere às vacinas

 

O IASAÚDE considera que a generalidade da população madeirense adere ao Plano Regional de Vacinação, que segue o plano nacional.

 

De acordo com Ana Clara Silva, vice-presidente do organismo tutelado pela Secretaria Regional da Saúde, «há três condições importantíssimas para que um plano de vacinação seja efetivo. O primeiro é a disponibilidade de vacinas, «já que os fabricantes têm de assegurar vacinas». O segundo aspeto prende-se com o estudo das vacinas do ponto de vista efetivo, ou seja, «que consigam conjugar a sua eficácia e eficiência quando introduzidos num plano de massificação» de vacinas nos grupos demográficos a atingir.

 

O sucesso do Plano de Vacinação deve-se também aos profissionais. «E aqui tenho de fazer jus aos profissionais de enfermagem, que são quem faz a gestão do plano de vacinação, bem como à adesão da população que acredita nas vacinas e no plano de vacinação».

 

 

 

Paula Abreu

 

In “Jornal da Madeira