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O álcool, etanol, é um produto que resulta da fermentação de açúcares presentes em vegetais, (frutos, mel, caules e cereais), tais como a cevada, a uva, a cana-de-açúcar, sob a influência de microrganismos, nomeadamente leveduras.

  

Quanto à sua origem, as bebidas alcoólicas podem ser:

- Bebidas fermentadas, que se obtêm por fermentação alcoólica dos sumos açucarados, pela ação das leveduras;

- Bebidas destiladas, que resultam da destilação do álcool produzido no decurso da fermentação. Através de um processo de evaporação (seguida de condensação pelo frio) das bebidas fermentadas, podem obter-se bebidas mais graduadas.

O álcool é considerado uma droga psicoativa com efeitos depressores no sistema nervoso central, provocando alterações no comportamento de quem as consome.

 

 

História

As suas propriedades euforizantes e intoxicantes são conhecidas desde os tempos pré-históricos e praticamente, todas as culturas têm ou tiveram alguma experiência com a sua utilização.

Os árabes foram os primeiros a produzir álcool destilado, por volta do ano 800, técnica que os europeus aprenderam e que fez com que a destilação do vinho e a maior alcoolização das bebidas se tenha generalizado na Europa a partir do século XI.

Egípcios, gregos e romanos são exemplo de povos que conheceram e desenvolveram as artes do fabrico de bebidas alcoólicas, assim como os efeitos do seu uso pelo Homem.

O conceito de Alcoolismo como doença, e não apenas vício, desenvolve-se só na segunda metade do século XIX.

O álcool surge muitas vezes associado a situações de relacionamento social, de natureza ritual, comemorativa, recreativa, para além de fazer parte do imaginário, dos estilos de vida ou mesmo das identidades de muitos grupos sociais.

Atualmente a sua comercialização e consumo são legais.

 

 

Vias de Administração

A sua ingestão é feita por via oral.

 

 

Efeitos psicoativos:

O álcool está na base de variadas situações de doença do indivíduo, sendo diretamente responsável, ou predispondo, associando-se e agravando doenças como tuberculose, doenças cardiovasculares, doenças digestivas e cancro.

 

 

Efeitos imediatos

Os efeitos imediatos do álcool no cérebro podem ser de caráter depressor ou estimulante, em função da quantidade absorvida.

Após a sua ingestão, o álcool é inteiramente absorvido pelo tubo digestivo sem sofrer prévia digestão, entra diretamente no sistema circulatório, atingindo valores máximos até cerca de uma hora e meia, difundindo-se a todo o organismo.

Nos indivíduos em jejum a absorção faz-se em 15-20 minutos, influenciada pela concentração de álcool, a composição da bebida, o estado da mucosa gástrica e duodenal, a ingestão simultânea de alimentos, nomeadamente açúcares e leite, que podem alongar o período de absorção até três horas, entre outros fatores que podem alterar a velocidade dessa absorção.

O álcool afeta as capacidades cognitivas e perceptivas, em especial a visão e a audição. Reduz o campo visual, a capacidade de reação, aumenta a descoordenação motora e a capacidade de avaliação das distâncias, promove a tendência para a sobrevalorização das capacidades e, consequentemente aumenta o risco de acidentes.

Apesar de ter um efeito estimulante inicial, induzindo um estado de euforia, desinibição, e perdendo muitas vezes a noção do perigo, na fase seguinte, os efeitos depressores começam a tornar-se mais notórios, surgindo a falta de coordenação motora (ex. andar a cambalear), sonolência e lentificação do pensamento (ex. dificuldade em falar), diminuição da capacidade de reação, de atenção e de compreensão.

Se as doses ingeridas forem muito elevadas, caso de intoxicação alcoólica aguda, pode surgir depressão respiratória, coma etílico e eventualmente morte.

 

 

Intoxicação alcoólica aguda

As manifestações de uma intoxicação aguda alcoólica dependem da quantidade e qualidade da bebida alcoólica, da tolerância do indivíduo e estão relacionadas com a ação directa do álcool sobre o sistema nervoso central.

Intoxicação alcoólica agudacondição transitória após administração de álcool, resultando em perturbação cognitiva, da consciência, da perceção, do comportamento ou de outras funções psicofisiológicas (CID10).

O excessivo consumo de álcool produz acidez no estômago, vómitos, diarreia, baixa da temperatura corporal, sede, dor de cabeça, desidratação, falta de coordenação, lentidão dos reflexos, vertigens e mesmo visão dupla e perda do equilíbrio.

A primeira fase da embriaguez carateriza-se por um breve estado de excitação psíquica, com euforia, diminuição da tensão e ansiedade e anulação de inibições.

Estes sintomas, ainda pouco marcados para alcoolémias até 0,5-0,8 gramas/litro, podem acentuar-se, à medida que os valores da taxa de alcoolémia sobem. Contudo, mesmo para valores ainda relativamente baixos, os testes põem já em evidência perda de capacidades inteletuais, inibição da atenção e alterações a nível dos movimentos.

Para valores de 1 a 2 gramas/litro, acentua-se a síndrome expansiva, a falta de crítica, podendo surgir uma ligeira agressividade.

A segunda fase é já caraterizada por alterações muito marcadas – a nível do pensamento, da atenção, da esfera sensorial, da sensibilidade, da coordenação motora e do equilíbrio, podendo surgir sintomas vegetativos do tipo náuseas e vómitos, midríase, taquicardia. A alcoolémia é, então, superior a 2 gramas/litro.

Segue-se uma terceira fase, caraterizada por confusão, sono profundo, podendo retroceder, ao fim de algumas horas, para o despertar, ou, quando a alcoolémia atinge valores elevados (de 5-6 e mais gramas/litro), progredir para o coma ou mesmo morte, passando por uma hipoglicémia secundária e alterações neurovegetativas como depressão respiratória, cardiocirculatória, hipotermia.

 

Na família o consumo de álcool é um fator importante de rutura familiar, violência doméstica e maus tratos sobre crianças.

 

No trabalho é um fator de redução do rendimento laboral, principalmente através do absentismo, acidentes, desadequado desempenho no posto de trabalho e reformas prematuras.

 

 

Álcool e condução

O consumo de álcool é diretamente responsável por uma elevada percentagem de mortes por acidentes de viação, e, em menor percentagem, de causa de acidentes de que resultam incapacidades.

O álcool modifica a capacidade de discernimento, torna os reflexos mais lentos, diminui a vigilância e reduz a acuidade visual, em particular a redução da concentração e da capacidade de efetuar manobras simples e de mudanças de direção, tendência a uma conduta mais arriscada e de maior velocidade, problemas da visão lateral, dificuldade em distinguir sinalização e erros na apreciação da distância e redução da assimilação das percepções.

 

 

Efeitos a longo prazo

O consumo crónico conduz a alterações em vários órgãos e sistemas do indivíduo:

  • Cérebro – atrofia cerebral e deterioração;
  • Sangue – anemia, diminuição das defesas imunitárias;
  • Coração – frequente hipertrofias e dilatação com insuficiência cardíaca, miocardiopatia, perturbações arteriais, fragilidade das paredes vasculares e hemorragias, hipertensão arterial;
  • Aparelho digestivo – glossites, esofagites, gastrites, da síndrome de mal-absorção intestinal, de hepatopatia (hepatite, esteatose, cirrose), de lesões pancreáticas agudas ou crónicas (inflamação, deterioração);
  • Aparelho locomotor: perturbações músculo-esqueléticas;
  • Manifestações psíquicas: Irritabilidade, insónia, delírios por ciúmes, ideias de perseguição e, ainda mais graves, as encefalopatias com deterioração psico-orgânica (demência alcoólica)
  • Gravidez – o consumo habitual na mulher grávida pode originar síndrome alcoólica fetal, que surge com a ingestão de álcool nos primeiros meses de gravidez, caraterizada por atraso de crescimento global e anomalias morfológicas.

 

O álcool induz a tolerância nos consumidores crónicos (necessidade de quantidades progressivamente maiores da substância para se produzir o mesmo efeito desejado ou intoxicação) e dependência física e psicológica.

A síndrome de abstinência ocorre com a redução ou com a interrupção súbita do consumo da substância no paciente consumidor dependente, surgindo entre as doze e as dezasseis oras seguintes à privação da bebida, inquietação, nervosismo e ansiedade. Várias horas depois, podem aparecer cãibras musculares, tremores, náuseas, vómitos e grande irritabilidade. A partir do segundo dia de abstinência, nos casos mais graves surge o denominado “delirium tremens”, caraterizado por confusão mental, desorientação no tempo e no espaço, em relação a si e aos outros, uma clara desintegração dos conceitos, aparecimento de delírios, alucinações e fortes tremores.

  

 

Fonte:

SICAD

Mello, Maria Lucilia Mercês, Barros, José, Breda, João. Álcool e Problemas ligados ao álcool em Portugal. DGS, 2001.Fonte: SICAD
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